Credores podem reclamar créditos até 1 de Maio
Hanjing Shipping

Um Tribunal de Seul, na Coreia do Sul, declarou oficialmente a bancarrota da Hanjing Shipping no passado dia 17 de Fevereiro, menos de seis meses depois da empresa ter ficado sujeita a administração judicial na sequência de ter suspendido pagamentos. Com esta decisão, chegam ao fim 40 anos de actividade da empresa, criada em 1977 e que foi a principal companhia asiática e sétima do mundo no transporte marítimo. E o nome da empresa fica para sempre associado à maior bancarrota na história da indústria do transporte marítimo.

Segundo informam diversos meios de comunicação social, será agora nomeado um responsável que terá a missão de vender activos da Hanjing Shipping para conseguir pagar aos credores, que têm um prazo (até 1 de Maio) para reclamar os seus créditos.

Entretanto, já foram vendidos alguns dos activos mais rentáveis, como os serviços nas rotas entre a Ásia e os Estados Unidos, operações em terminais no estrangeiro ou porta-contentores. As propostas para aquisição de outros activos devem ser apresentadas até amanhã, 21 de Fevereiro, adiantam alguns meios de comunicação social.

Para a situação de incapacidade financeira da empresa, que devia 5 mil milhões de euros quando suspendeu pagamentos, referem alguns meios de comunicação social, contribuiu a dívida contraída com o objectivo de financiar um ambicioso plano de expansão, que fracassou, e condições de mercado que não favoreceram a sua reestruturação.

Na sequência dessa realidade, o principal credor, o Banco de Desenvolvimento da Coreia do Sul, de natureza pública, deixou de apoiar a Hanjing Shipping a partir de 4 de Setembro de 2016, que ficou sem meios para fazer frente às despesas correntes. Nem o Governo da Coreia do Sul nem investidores privados (que terão considerado a possibilidade de salvar a empresa) aceitaram resgatar a companhia do seu destino.

Como consequência, tornou-se comum a imagem de navios fundeados em águas internacionais de todo o mundo, com mercadorias por desembarcar ou desembarcadas em situações de recurso, tripulações com horizonte profissional incerto e todo um sector de actividade afectado pelo exemplo da empresa sul-coreana e à procura de soluções para ultrapassar as suas debilidades e os desafios tecnológicos, ambientais e económicos que se lhes deparam.

De acordo com alguns analistas, o fim da Hanjing Shipping favorece outras grandes empresas do sector, que absorvem o vazio de serviços deixado pelo seu concorrente e beneficiam com a eventual diminuição da capacidade instalada (excepto se esta, em vez de sair do mercado, for adquirida por outros operadores).



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