Granéis líquidos são a nova aposta do porto de Aveiro
Porto de Aveiro

O presidente da Administração do Porto de Aveiro (APA), Pedro Braga da Cruz, admitiu recentemente que o plano estratégico do porto de Aveiro, datado de 2006, está a ser revisto. Segundo o jornal Notícias de Aveiro, as novas orientações do plano incidirão, essencialmente, na rentabilização das obras entretanto realizadas, e será vocacionado para a valorização da competitividade da infra-estrutura existente e a aquisição de competências relativamente aos serviços prestados aos clientes.

Segundo o presidente da APA, importa melhorar as condições operacionais para o movimento de granéis líquidos – na qual o porto ficou mais competitivo e registou um aumento de 20,9% em 2016 face ao ano anterior -, permitindo receber navios com maiores dimensões (criando um terceiro posto de acostagem, por exemplo) e ajustar as condições de segurança para responder ao aumento esperado neste segmento. Pedro Braga da Cruz também admitiu solicitações de empresas com parques de reservatórios, que desejam facilitar as ligações por pipeline.

Recorde-se que no âmbito da Estratégia para o Aumento da Competitividade Portuária nacional para um período entre 2016 e 2026 apresentada pelo Governo em Dezembro passado, está prevista a construção de um terminal intermodal na Zona de Actividades Logísticas e Industriais (ZALI), bem como a infraestruturação da ZALI e a implementação da operacionalidade do terminal de granéis líquidos.

Além dos granéis líquidos, o porto de Aveiro aumentou a competitividade nos produtos agro-almentares, na sequência de uma alteração do seu perfil, decorrente da redução da exposição à exportação de cimento. Por outro lado, limitações impostas pela Argélia nas importações de cimento, contribuíram para diminuir fortemente o movimento deste tipo de carga.

Em período de balanço, Pedro Braga da Cruz referiu também recentemente ao programa da Comunidade Portuária de Aveiro na Rádio Voz da Ria que 2016 foi marcado por investimentos no reforço da capacidade para armazenagem coberta e num rebocador mais potente. Conta igualmente com um retorno proveniente da ferrovia, graças à progressão da variante à linha da Beira Alta (Aveiro – Mangualde), que deverão permitir ultrapassar as actuais limitações.

Em termos gerais, apesar de ter diminuído em 14,6 mil toneladas (-2,5%) o movimento de carga em 2016 face a 2015, o presidente da APA está optimista relativamente ao futuro, consciente de que as modificações em curso só agora começarão a produzir efeito e que se adivinha um período de cinco anos de aguardado êxito para o porto, que aumentou em 0,4% a sua quota de mercado face ao ano anterior entre os portos comerciais do continente. Se em vez de cinco anos pensarmos a dez anos (2016-2026), é o Governo que estima um aumento do movimento de carga no porto de Aveiro na ordem dos 26%, resultante de um investimento previsto de 24 milhões de euros, sobretudo por parte do sector privado.



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